Uma das atividades na aula de AVD/AVAS é conhecer as cores para aplicar na escolha e/ou combinação do vestuário, maquiagem, decoração, objetos/pertences, etc. Segundo o dicionário (Michaelis), a cor é “impressão variável que a luz refletida pelos corpos produz no órgão da vista”, desta forma, a cor somente é perceptível aos olhos, não sendo identificável através de outras percepções sensoriais (tátil, olfativa, acústica, gustativa) e está relacionada diretamente ao convívio social, por isso é importante que as pessoas com deficiência visual (DV) consigam interpretar o significado das cores. A seguir coloco sugestões para atividade de expressar e identificar a cor: – Cores frias e quentes – Cores neutras e fortes – Significado conforme cultura: preto=luxo, luto, seriedade,…; vermelho: pare, amor, perigo, quente, … – Combinar as cores dos vestuários conforme atividades: escolher cores neutras para a entrevista de emprego ou não usar vestuários na casa do time com cores do adversário. – Explicar as expressões que usam cores: o tomate está verde, o semáforo está vermelho, o céu escureceu, maquiagem forte, cabelos grisalhos, rosto avermelhado, cabelo cor cobre, … – Uso de nomes composto: rubro negro, branco azulado, branco neve, branco cintilante, … – Uso dos termos: opaco, brilhante, transparente, reluzente, mesclado, malhado, etc. Mais informações e prática de aula no Post “Cores e Deficiência Visual: Significado e expressão”Deficiência Visual e Conhecer as Cores
Como faço para explicar para uma criança cega o conceito das palavras: transparente, vazio e céu?
Obrigado
Franciane, obrigada pela visita no meu Blog!
Vou explanar uma breve definição, conforme autores da área e convivência com as pessoas cegas. Existem palavras que entendemos melhor o seu conceito usando os nossos sentidos, como “aspero” com o tato, “doce” pelo paladar, “perfumado” pelo olfato etc. Assim como existem palavras abstratas e o conceito é aceito por todos, como solidão, paixão, Deus, paz, etc. No entanto, cada pessoa pensa de forma diferente e cria a imagem interna conforme o conceito estabelecido, mesmo nas palavras que refere aos objetos palpáveis. Exemplo: se eu falar somente a palavra “mesa”, certamente a imagem da mesa formada no seu pensamento é diferente de outras pessoas – para você poderia vir uma mesa redonda de madeira e para outros poderiam imaginar quadrada, de vidro, etc. Além disso, formamos o conceito das palavras pela função, ou seja, onde a palavra é utilizada, quem utiliza, como, porque etc. Mas, voltando para a criança cega, podemos trabalhar a palavra no sentido de buscar o conceito, e isso é muito importante para o desenvolvimento cognitivo dela.
Então, a palavra “transparente” é um adjetivo de algum substantivo, certo? , podemos dizer que “o vidro da janela está tão limpo, transparente, que parece não existir o vidro” ou “a gelatina está gelada, firme e transparente”, “esta água é limpa e transparente – está bebível” etc.
A palavra “vazio” pode-se mostrar uma caixinha cheia de objetos e depois esvaziar – e fazer com que a criança use a mão para sentir a diferença da caixa cheia e vazia, fazer que ela esvazie a caixa, e formar as frases “agora a caixa está cheia de pedrinhas”, e ao esvaziar “não temos nada na caixa, a caixa está vazia”.
A palavra “céu”, tem praticamente o mesmo conceito para as pessoas que enxergam, pois não podemos pegar o pedacinho do céu, mas sabemos que é um “local”, que fica ao ar livre, sobre as nossas cabeças, sobre os prédios mais altos, um local que os aviões voam, um local que estão as nuvens/estrelas/Sol/arco-iris etc e também deve completar com frases “hoje o dia está bonito – o céu está azul”, “o céu está nublado isso promete chuva” etc.
Existem outras atribuições quando for explicar as palavras para adultos, por isso, para o entendimento da criança, é preciso acompanhar a idade da criança, suas limitações, seu conhecimento, o convivío social, da família … e não esquecer de sempre estimular, provocar curiosidade para o seu desenvolvimento.
Espero tê-la ajudada.
Referência: “OKUMURA, M.L.M. Visão e Percepção: um olhar para o conhecimento” – https://lumiy.wordpress.com
Se desejar buscar mais informações, tem o livro da Maria Lucia Amiraliam, porém, em particular acerca deste assunto, gostei muito do artigo de Hall.A sobre a imagem mental e desenvolvimento cognitivo de pessoas cegas congenitas – (Mental images and cognitive development of the congenitally blind – Jounal of visual Impaiment and Blindness).
Fique com Deus,
Abraços,
Lumiy.
Como faço para explicar para uma criança cega o conceito das palavras: transparente, vazio e céu?
Grata
Olá Enerli! a resposta está no segundo comentário desta lista. Logo acima do seu comentário. Abraços, Lumiy
Obrigada Lumiy eu amei a sua resposta e está contribuindo muito para o meu aprendizado.
Oi Lumiy
eu precisava de uma resposta para conceitos de vazio, ceu, transparente, e estava procurando alguma bibliografia na internet e achei seu texto, muito obrigada por estar sempre a disposição daqueles que querem saber um pouco mais, achei seu texto muito bom e usei como referencia . espero que não se chatei por isso. mais uma vez obrigada por dividir seu conhecimento com todos, inclusive comigo.. bjs.
Obrigada pela visita. Fico feliz, além do interesse de talvez, no momento, estarem em busca da resposta no trabalho acadêmico, mas que seja uma oportunidade de abrir mais um caminho ou para ficar uma reflexão, a qual contribua no relacionamento entre o método de ensino do professor e o aprendizado do aluno com deficiência visual, e assim, acredito que tão logo, ocorra emanamente a “inclusão escolar”. As informações podem ser copiadas desde que mencionada a Referência: “OKUMURA, M.L.M. Visão e Percepção: um olhar para o conhecimento” – https://lumiy.wordpress.com
Abraços,
Lumiy
Obrigado era exatamente o que eu procurava fico grata por dividir seus conhecimentos sou acadêmica
e tenho muitos trabalhos para serem entregues nos próximos dias grata LIA XAVIER
Ola Lumiy,
Vc saberia me dizer qual é a percepção que os cegos tem dos conceitos de raça/cor humana e o que a maioria deles pensa a respeito?? Vc já conheceu algum cego racista?? Há algum registro disponível de entrevistas realizadas com este objetivo??
Obrigado,
Daniel
Olá Daniel, obrigada pela visita no meu blog!
Infelizmente vivemos numa sociedade que há necessidade da força de Lei para punir o racismo e a discriminação.
Entre as pessoas cegas, existem aqueles que preferem ficar distantes e outros que estão bem integrados e encontramos casos de casamento independente da raça, cultura, religião, com ou sem deficiência etc. Ou seja, antes da questão da raça/ “cor humana”, depende da convivência, do meio que a pessoa está inserida. Acredito que a primeira percepção da pessoa cega em relação a outra pessoa é a voz; então naquele ditado “Quem vê a cara não vê coração” podemos afirmar que aqui “não se vê a cara primeiro”, mas depende do assunto que a pessoa fala para começar alguma afinidade/amizade e chegar ao coração. No entanto, a pessoa cega sempre tem amigos videntes (pessoas que enxergam) que revelam a beleza exterior de outra pessoa, onde estabelecerá o conceito integral e imagem da pessoa abordada. Depois da voz, penso que venha o tato, se chegarem a cumprimentar ou trocar abraços, cujo contato poderá revelar o porte do corpo, a mão se bem cuidada , o perfume que usa e outras informações que vão constituído o sujeito. Nesse ponto, acho que seja semelhante daqueles que enxergam. Quanto a algum registro de entrevista, desconheço alguém falando abertamente. Como sugestão, talvez encontre algo relacionado com uma das barreiras mais complexas que é a atitudinal, onde aflora o preconceito antes de conhecer o indivíduo quanto a sua capacidade, habilidade e talvez de ter uma boa amizade. Abraços, Lumiy.
ola, gostava de saber a explicaçao da deficiencia auditiva?
obrigado
Olá Sofia!
Conforme a publicação do Ministério de Trabalho e Emprego, “A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. 2. ed. – Brasília: MTE, SIT, 2007”, Deficiência auditiva é a perda bilateral, parcial ou total, de 41 decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz (Decreto nº 5.296/04, art. 5º, §1º, I, “b”, c/c Decreto nº 5.298/99, art. 4º, II).
A pessoa com deficiência auditiva pode ser considerada parcialmente surda (pessoa com surdez leve e pessoa com surdez moderada) ou surda (pessoa com surdez severa e pessoa com surdez profunda).
Abaixo deixo links para maiores informações:
1. “Feneis – Federação Nacional de educação e integração dos surdos” – http://www.feneis.org.br
2. “Libraslândia” do colega Antonio C.Abreu: http://historiadesurdos.blogspot.com/
Fique com Deus,
Abraços,
Lumiy
ola, obrigado por a informaçao, mas estou a fazer um trabalho sobre a deficiençia auditiva, devido a estar a tirar um curso de acçao educativa, nivel lll, como nao compriendo nada do assunto ando a pesquisar, o meu trabalho tem de concistir introduçao, explicaçao da deficiençia os conseitos da deficiençia, o aparecimento da deficiençia e as causas, depois vai-se alargando sobre o asunto, se tiver alguma informaçao para me fornecer agradeço.
Obrigado
abraço
sofi
Olá Sofia!
A minha experiência está mais centrada para deficiência visual. Eu até vi várias abordagens teóricas de DA e outras deficiências, mas faz muito tempo, quando fiz a especialização em Educação Especial.
No entanto, deixo uma sugestão, um convite à você para que o seu trabalho tenha um cunho mais profundo, além de pesquisa teórica e conceitual – faça uma visita numa comunidade surda. Acredito que aprenderá muito e a conclusão do seu trabalho ficará rica de informações. No começo poderá até achar estranho, mas vá em frente! – o pessoal é muito receptivo e quem sabe, aprenderá conversar com eles através de alguns gestos e ganhe também o seu “sinal” – (seu nome através de gestos que é diferente de soletrar na mão). Eu tenho meu “sinal”, que ganhei da comunidade surda, e é muito meigo.
Assim, para entrar em contato, deixo o link da Karin Strobel, uma das pessoas que entende bem sobre DA, e é uma das defensoras de inclusão de pessoas com deficiência auditiva:
http://karinfeneis.blogspot.com/2009/04/vamos-conhecer-um-pouco-da-cultura.html
Abraço,
Lumiy
como um cego paderia indentificar a cor dos objetos?
obrigada.
Olá Fernanda!
As pessoas cegas não identificam visualmente as cores, mas pelos conceitos das cores que estão inseridas pelas suas condições de existência. Ou seja, através da mediação das palavras que devem ser transmitidas o significado, sendo conduzida pelo processo de elaboração conceitual, o qual a pessoa recepciona e transforma em “símbolo” do conceito. Exemplo: “O semáforo está com a luz verde acesa para o pedestre, podemos atravessar a rua”.
Deixei alguns exemplos de significado de cores para pessoas com deficiência visual neste post: https://lumiy.wordpress.com/2010/05/07/cores-e-deficiencia-visual/
Como sugestão de leitura e aprofundar no assunto, procure o livro de Vygotsky – “Pensamento e Linguagem”.
Abraços,
obrigado Lumiy.
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